O pós-doutor em artes pela UNESP e professor da UFBP, Elydio Santos Neto, acaba de escrever um livro que conta com textos analíticos e ainda 4 Histórias em Quadrinhos selecionadas por ele e uma quinta inédita Criada por Edgard Franco exclusivamente para este trabalho. A obra é um lançamento da Editora Marca de Fantasia. A obra de Edgar Franco é uma arte em processo, em permanente mutação. É justamente esse o seu princípio criativo, a quebra dos paradigmas, dogmas e preconceitos, como deixa claro na entrevista concedida a Elydio dos Santos Neto neste livro. Essa liberdade de criação e investigação é o passe para a expressividade do trabalho de Edgar Franco, que em sua fantasia de mundos exteriores penetra profundamente em nosso próprio mundo, o mundo das coisas cotidianas e os interiores, pessoais e coletivos. A riqueza do universo ficcional de Edgar não se trata de mero devaneio, sua obra está calcada num bem fundamentado arcabouço científico, que lhe enche de sentido. Poderíamos dizer que se trata da mais pura ficção científica, daquela que propõe uma antecipação plausível, ainda que meramente ficcional, aparentemente absurda no presente. O mundo proposto por Edgar Franco é como se fosse uma realidade paralela a nossa arraigada materialidade, mas que sinaliza um ponto de interseção em algum momento de suas trajetórias, visto que, ambas, são movidas pela inquietação humana e seu desejo de transcendência. A consistência e a excepcionalidade da obra de Edgar Franco têm se destacado no meio artístico e acadêmico. A pluralidade de expressões de Edgar vai das histórias em quadrinhos à ciberarte, bem como à música eletrônica, que cria e executa com maestria. Há um entrelaçamento nas formas artísticas em Edgar, que se pode ver como uma obra única, denominada por ele como “Aurora Pós-humana”. A música invade os quadrinhos, que exploram os recursos multimídia formando as HQtrônicas, ou história em quadrinhos eletrônicas, termo cunhado pelo autor. Sua arte é fonte e produto de seus estudos, quebrando o formalismo da academia com a oxigenação de sua verve criativa. O próprio Edgar incorpora seu universo, teórica e fisicamente, transformando-se num “ciberpajé” em apresentações performáticas. Todo esse rico manancial que transborda na obra de Edgar Franco é o que propõe o livro de Elydio dos Santos Neto. Sensacional!
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