7/05/2010

A arte dos brasileiros no mercado americano


Por: Wellington Srbek*

Não é apenas através de revistas nacionais que os desenhistas brasileiros têm chegado às bancas. Depois de se tornarem a mão de obra barata preferida pelas editoras americanas, os desenhistas nacionais estão se fortalecendo como profissionais.

A lista de brasileiros desenhando para o mercado americano é bastante extensa e, a cada dia é mais comum encontrar-se nos créditos de uma HQ, um nome brasileiro em sua versão americanizada. Um dos pioneiros da invasão tupiniquim dos quadrinhos de super-heróis foi Mark Campos ( Marcelo Campos ), que desenhou as revistas da Liga da Justiça. Infelizmente em seu trabalho para a DC Comics ele não mostrou o mesmo talento que revelou ter na série Quebra Queixo, publicada na revista Pau Brasil.

Depois de Campos, vieram outros que se adaptaram melhor às exigências do mercado norte-americano, justamente por serem capazes de transformar seus desenhos de acordo com o estilo mais popular daquele país, que é o super-heróis. O caso exemplar é o Roger Cruz ( Rogério Cruz ), o plagiador mais competente do estilo americano Joe Madureira. Tendo alcançado bastante sucesso com a série X-Men e com HQs para a Image Comics, e inclusive fez uma ótima parceria com Joe Bennet em uma HQ do Surfista Prateado.

José Benedito destacou-se com a série Ravage 2099, na qual mostrou um traço dinâmico, que explorava o contraste preto e branco. No especial De Volta a Era de Apocalipse, Joe Benneti nos brindou com desenhos que misturam elementos do estilo Jim Lee e Joe Madureira.

Em se tratando de mercado americano o desenhista brasileiro com melhor desempenho é Mike Deodato, cujo o trabalho nós acompanhamos na revista Marvel 98 e muitas outras vieram depois. Filho de um renomado quadrinhista brasileiro, Deodato conseguiu se estabelecer com seu estilo pessoal, transformando personagens como Mulher Maravilha e o Poderoso Thor em sua marca registrada de sucesso.

Embora exista uma dezena de desenhistas brasileiros trabalhando para editoras americanas, a verdade é que nenhum deles cria os roteiros das HQs, que chegam as suas mãos já traduzidas. O argumento da barreira linguística não cola. A verdade é que as editoras americanas só estão interessadas em mão de obra barata e que aceite prazos sufocantes e se adapte facilmente aos estilos deles.

* Wellington Scbek é estudioso de quadrinhos e colaborador de diversos zines que circulam pelo país.

Um comentário:

Anônimo disse...

Texto muito crítico e azedo! O fato de os desenhistas brasileiros não escreverem os roteiros não tem nada a ver com a mão de obra barata! Lá existe de fato um mercado onde cada um faz uma função assim como numa industria...desenhistas em sua maioria desenham enquanto roteiristas escrevem! Você deve ter tentando entrar lá através de algum estudio e não passou por isso essa amargura toda!